terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Adormeci no MAR



Depois de toda aquela agitação noturna,
depois de ver o balé das arraias voadoras,
depois de arder no abraço da medusa,
de quase sufocar nos tentáculos de flores,
de me banhar no azul-celeste,
de sentir o cardume rosado a me relar no seu vai-e-vem,
de mergulharem nas marianas do relevo,
de ecoar o canto da sereia...

dormi nas águas serenas do meu MAR...

Lua era sol a vibrar em mim ...

um punhado de estrelas piscavam infinito...
cavalos, lobos, leões...
todos aqueles seres a me fitar...
não conseguiam entender como um céu todo poderia deitar-se nas águas daquele MAR...

Ah meu MAR!...

imensidão de querer, de palavras tiradas do vento, clássica vibração nos tímpanos, ópera desconcertante, vozes velejantes, correntes que levam e trazem, águas de sal transformada em doce...

com tua fonte, nunca serei Saara...
nunca virarei Atacama...
Serei sempre Amazônia, Pantanal ou Cerrado...
Serei Chapada dos Guimarães...
bebo da tua água... porque sem ela,...
sem ela já não posso mais...
morrerei de sede...

no deserto das almas


R.R.Sant'anna

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