terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ao entardecer





Quero inclinar na sua janela ao entardecer
Magia em amarelo-fogo
Nessa hora em que bate um vento de saudade

Toco a atmosfera onde reinam as caducas
Outra frente chega
Outras hão de passar
Cheiro o úmido polar

E ao findar dessa paisagem
Acordam cores no horizonte, tuiuiús retornam ao ninho
Beija-flores destilam o suco da terra
Simininas cirandam sob as luzes de luanas

Desposam na rede caminhos que se encontram
Repousa em teus lábios o jambo-anil
Em teu olhar, beijo de terra molhada
No tato, lembranças de tabaco
No peito, negraria encaracolada de céu e mar

Mãos que não querem calar
Contemplam olhares em assombro
Respiram seriedades eruditas
Notas em feliz melancolia
Reescrevem-se num mundo de bem e de querer...

R.R.Sant'anna

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